5 de outubro de 2007

Cassação em Brasília!

O governador do Distrito Federal, Roberto Arruda (DEM), proibiu, na semana passada, o uso do gerúndio entre os funcionários públicos. O decreto afirma: “fica demitido o Gerúndio de todos os órgãos do Governo do Distrito Federal (...) Fica proibido a partir desta data o uso do gerúndio para desculpa de INEFICIÊNCIA” (assim mesmo, com direito a “Gerúndio” e “INEFICIÊNCIA” em maiúsculas).

Ironicamente, é compreensível e ridícula a medida de Arruda. Compreensível porque o mau uso do gerúndio é motivo de “assassinato por justa causa”, tal irritação que causa. Ridícula porque, se os funcionários obedecerem literalmente ao decreto, haverá diálogos do tipo:

- Onde está o Alberto?
- Está a almoçar.

- Termina logo o relatório.
- Estou a terminar, pô!

- O que você está a fazer?
- Estou a encaminhar os documentos para a Câmara. O motoboy está a ir neste minuto.

A melhor definição para o caso foi dada pelo UOL Tablóide, ao escrever “o manifesto” do gerúndio contra a demissão. “Os assessores de meu ex-patrão estariam sempre ‘fazendo, providenciando, estudando, preparando, encaminhando’, mas nunca concluindo. Aí, em vez de estar demitindo os assessores, o demitido fui eu”. Injustiça. O gerúndio é um recurso lingüístico como qualquer outro. O decreto deveria somente determinar que o usasse com correção. Sem estar inventando.

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